2 de junho de 2020


Área Experimental
Lugar, espaço e dimensão do experimental na arte brasileira dos anos 1970

Um dos períodos mais importantes e pouco estudados da arte brasileira é analisado pela crítica de arte e pesquisadora Fernanda Lopes em “Área Experimental – Lugar, espaço e dimensão do experimental na arte brasileira dos anos 1970”. O livro é o primeiro estudo sobre a Área Experimental, programa de exposições realizado no MAM Rio entre 1975 e 1978. 

A  pesquisa foi realizada no departamento de Pesquisa e Documentação do MAM Rio e em acervos particulares. Fernanda Lopes conduziu também mais de 20 entrevistas com artistas que expuseram na Área Experimental do MAM e com críticos de arte que acompanharam o programa de exposições, além de analisar documentos inéditos.

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O MAM realizou na Área Experimental 40 exposições de artistas brasileiros. São eles: Emil Forman, Sérgio de Campos Mello, Margareth Maciel, Bia Wouk, Ivens Machado, Cildo Meireles, Gastão de Magalhães, Anna Bella Geiger, Tunga, Paulo Herkenhoff, Umberto Costa Barros, Rogério Luz, Wilson Alves, Letícia Parente, Carlos Zilio, Mauro Kleiman (duas mostras), Lygia Pape, Yolanda Freire (duas mostras), Fernando Cocchiarale, Regina Vater, Waltercio Caldas, Sonia Andrade (duas mostras), Amélia Toledo, João Ricardo Moderno, Ricardo de Souza, Luiz Alphonsus, Reinaldo Cotia Braga, Jayme Bastian Pinto Junior, Dinah Guimaraens, Reinaldo Leitão, Lauro Cavalcanti, Dimitri Ribeiro, Orlando Mollica, e Essila Burello Paraíso, além de Beatriz e Paulo Emílio Lemos, Murilo Antunes e Biiça, Luis Alberto Sartori, Jorge Helt e Maurício Andrés, que apresentaram a mostra coletiva Audiovisuais mineiros.

Essila Burello Paraíso. “Reportagem”, 1977. Fotografia de Ana Vitória Mussi

Emil Forman. Vista geral da exposição, 1975. Fotografia de Leonardo Pereira Leite

Letícia Parente. Público na estação “Tipo Físico”, 1976. Fotografia de Ana Vitória Mussi

Sonia Andrade. Vista geral da exposição “A caça”, 1978. Fotografia de Ana Vitória Mussi

Umberto Costa Barros. Vista da exposição “AT-MAM”, 1975. Fotografia de Umberto Costa Barros

Orlando Mollica. Público da exposição “Brincas comeu brinco?”, 1978. Fotografia de Orlando Mollica

O livro aborda também o contexto de criação dessa iniciativa e seus antecedentes, além do impacto sofrido pelo seu encerramento a partir do incêndio do MAM, em 1978. Assim, ao falar sobre a Área Experimental, o livro também aborda questões relevantes para se discutir a produção artística brasileira nos anos 1970, como os limites da noção de experimental e a discussão sobre as categorias artísticas e o papel do artista e da instituição dentro do campo artístico.

Fazem parte da publicação uma cronologia, com um levantamento inédito com todas as mostras que fizeram parte da Área Experimental, incluindo uma sinopse sobre cada uma delas. O livro traz 71 imagens de algumas das exposições que fizeram parte do programa. Muitas dessas imagens são inéditas.

“O livro que o leitor tem em mãos torna-se desde já um item obrigatório em qualquer biblioteca de quem se interessa pela arte contemporânea brasileira. O trabalho de Fernanda se debruça sobre documentos internos de instituições, cruza fontes de diferentes procedências, apura dados contraditórios e dá voz aos principais personagens do tema pesquisado. Este é, aliás, um dos grandes méritos de sua escrita. Ela consegue articular o peso da história (sua fidelidade e bom uso das fontes e documentos) e sua própria fala crítica, nos dando fluidez na leitura dos assuntos abordados”, aponta Frederico Coelho, crítico que assina a apresentação do livro. 

“Dentre tantos temas que podem ser desdobrados sobre o livro, alguns saltam das páginas e ganham corpo muito presente. É como se, mesmo que superados os embates do que é ou não Arte Experimental, alguns dos assuntos que vemos acontecer entre 1968 e 1978 permanecessem latentes. Por exemplo: qual é o papel do artista frente a uma instituição como um museu de Arte Moderna e sua programação de exposições? A história nos mostra que, no Brasil, essa participação praticamente só acontece do ponto de visto expositivo, raramente do ponto de vista executivo”, escreve Coelho.

Realizado com a Bolsa Funarte de Produção em Artes Visuais 2012, em parceria com a editora Figo e com projeto gráfico de Jorge Soledar, o livro pode ser baixado gratuitamente. Clique para download do PDF.