Dia do Orgulho LGBTQIA+

Hoje, 28 de junho, Dia do Orgulho LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bi, Trans, Queer, Intersexo, Assexuais e mais), o MAM Rio deixa registrado que apoia e celebra diversidades de gêneros e sexualidades. Acreditamos em potências e pluralidades, no poder transformador da escuta ativa, e em outras narrativas e debates possíveis. Conheça o depoimento de profissionais que integram a equipe do MAM.⠀

Foto: Arquivo Prili

“Olá! Meu nome é Prili e eu sou artista, arte-educadore e não-binárie. Realizo a atividade Travestir em Floresta com crianças e adultes, onde borramos as fronteiras de gênero e espécie em um passeio pela floresta. Equipades com colas, fios, redes e tramas, coletamos e acoplamos folhas, flores e galhos a nossos corpos. A viagem é ir reconhecendo espécies visíveis e invisíveis na floresta e dentro da gente. O que somos durante o passeio? Quem queremos ser?

Gosto também de falar sobre linguagem. Meu pronome é ili, que é parte de uma linguagem não-binária. A proposta dessa linguagem é alargar nossas possibilidades de relação e identidades possíveis, pirateando a língua-portuguesa. Ao usar os pronome Ili, Elo, Elu, e com uso das palavras terminando com a letra E, a gente consegue se comunicar sem colocar o gênero da pessoa no caminho. Você pode falar que algume amigue está encantade, ou cansade.

Durante este momento de pandemia, Angela Davis mandou um alô pra toda comunidade não-binária, dizendo que “o feminismo a que me refiro não respeita a estrutura binária de gênero” e o presidente da Argentina se direcionou às pessoas, em seu discurso, como “Argentinas, Argentinos e Argentines”. Isso mostra quão oficial, possível e urgente essa comunicação pode ser”. 

 

Foto: Fábio Souza / MAM Rio

“Olá! Eu sou Lucas d’Avila e trabalho com arte-educação e pesquisa em história da arte. As leituras sobre o meu corpo atravessam meu trabalho antes mesmo de me compreender como pessoa fluida. Seria impossível entender o meu trabalho sem perceber as questões do corpo que atuam ali.

Lembro de uma vez no museu, após um longa experiência de trocas e conversas com uma turma, uma menina me disse: “não sei se você é menina ou menino, só sei que foi muito bom estar aqui com você”. Achei bonito, sabe? Aquilo fez morada na minha cabeça.

Depois disso comecei a entender o meu corpo na arte-educação, o lugar da dúvida do outro, o estranhamento, não como uma distração para um objetivo, mas como parte de um processo de estar junto, um dispositivo para compreender as identidades antes dos gêneros dentro desses territórios não disciplinares e transversais que são o corpo e a arte-educação”.




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