Curtas: Carnaval de rua, musical, gafieira, creche e ditadura

O programa que fecha a Mostra 65 Anos da Cinemateca do MAM apresenta cinco filmes de curta metragem brasileiros. O filmes mostram o Carnaval de rua no anos 1950 em Porto Alegre; um musical pintado a nanquim dos anos 1960; uma noite em gafieira da praça Tiradentes e uma creche comunitária na Vila Kennedy, no Rio, ambos dos anos 1970; e os 21 anos de ditadura no Brasil, em curta dos anos 1980.

A seleção foi realizada Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, que tem por finalidade estimular a conscientização e promover o interesse público pela salvaguarda e acesso ao patrimônio audiovisual brasileiro. Entre os seus filiados estão pesquisadores, técnicos, estudantes e profissionais ligados ao setor no país.

Nesta sessão serão apresentados: “Gafieira”, de Gerson Tavares; “Creche-Lar”, de Maria Luiza Aboim; “Carnaval de Rua – Porto Alegre”, produzido pela Wilkens Filmes; “Pantera Negra” de Jô Oliveira; e “Eclipse” de Antônio Moreno. Todos esses filmes foram conservados por diferentes instituições de memória, que reforçam a importância de uma ação coletiva na proteção e valorização do patrimônio audiovisual.

Os curtas estão disponíveis gratuitamente, de sexta, 31 de julho, a quinta, 6 de agosto de 2020, na sala de exibição virtual do MAM no Vimeo (www.vimeo.com/mamrio).


Programação
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Gafieira, de Gerson Tavares. Brasil, 1972. 12′
Em 2014, o “Projeto Resgate da obra de Gerson Tavares” preparou, digitalizou e recolocou em circulação a produção do cineasta fluminense Gerson Tavares. O curta-metragem “Gafieira” foi produzido pelo Instituto Nacional de Cinema (INC) e registra uma noite de sábado na tradicional Gafieira Elite, na praça Tiradentes, no Centro do Rio de Janeiro. Fotografado por Lauro Escorel, o filme traça o painel de um típico salão de baile que já então desaparecia da cidade. A cópia em 35mm do curta-metragem, matriz da presente digitalização, está depositada na Cinemateca Brasileira, São Paulo.

Creche-Lar, de Maria Luiza Aboim. Brasil, 1978. 9′
Nos anos 1970, a cineasta integrava o Centro da Mulher Brasileira (CMB), uma organização feminista centrada na reflexão sobre a condição da mulher na sociedade. A ausência de creches, e a necessidade urgente de criar condições para que as mães pudessem ter apoio no cuidado com filhos, eram temas frequentes. O primeiro filme da diretora, “Creche-Lar”, parte dessa busca e retrata uma experiência de creche comunitária em Vila Kennedy, no Rio de Janeiro, onde trabalham mães residentes no bairro. A cópia do filme está depositada, em regime de comodato, no Arquivo Nacional, Rio de Janeiro.

Carnaval de Rua – Porto Alegre, de Wilkens Filmes Ltda. Brasil, 1959. Documentário 5′
Em 2018, o Museu da Comunicação Social Hipólito José da Costa realizou o projeto “Do fotograma ao cinema” e digitalizou parte do seu acervo. O projeto incluiu os materiais da produtora Wilkens Filmes, empresa cinematográfica de Carlos Wilkens (1913-1977) e de Heitor Baptista Wilkens (1921-1993), que noticiou a vida social e política do Rio Grande do Sul nas décadas de 1950 e 1960. Carnaval de Rua – Porto Alegre registra as festividades que, na época, ocorriam no coração da cidade, no encontro da Rua dos Andradas e a Avenida Borges Medeiros. Tais imagens compõem importante registro da história local e do filme de não-ficção no Brasil.

Pantera Negra, de Jô Oliveira. Brasil, 1968. 3′
Filme ganhou menção honrosa no IV Festival de Cinema Amador JB/Mesbla, em 1968. Um filme musical pintado à mão, foi a primeira experiência com cinema de animação do artista e ilustrador Jô Oliveira, na época integrante do grupo Fotograma, organização que reunia o trabalho de diversos artistas e promovia o cinema de animação no Brasil. O filme foi digitalizado em 2019, o que permitiu a sua redescoberta como um material importante para história do cinema experimental no Brasil. O material original, com as cores pintadas em nanquim, está sob os cuidados do artista.

Eclipse, de Antonio Moreno. Brasil, 1984. 12′
Nascido em Fortaleza e radicado no Rio de Janeiro, Antônio Moreno era cineasta e professor. Foi um dos fundadores do grupo Fotograma, marco da animação experimental no Brasil. A partir de 1972 realizou 15 curtas-metragens. Eclipse, filme-ensaio experimental sobre os 21 anos de ditadura no Brasil, é considerada sua obra mais marcante. Foi realizada através de animação direta na película, tendo ganhado menção honrosa no XIII Festival de Gramado em 1985. O filme foi digitalizado em 2019 através da iniciativa do Urubu Cine, cineclube dedicado ao curta-metragismo brasileiro. Os negativos originais em 35mm, matrizes desta digitalização, encontram-se depositados em regime de comodato no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro. A cópia 35mm, utilizada como referência, encontra-se depositada na Cinemateca do MAM.

Programação completa da Mostra Cinemateca do MAM 65 anos.
Conheça a programação completa de julho. Clique aqui



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